Sejam todos muito bem vindos!

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Criadouro de Aves Domésticas Ornamentais

Olá!!!

Seja bem-vindo ao nosso BLOG. Aqui, você encontrará dados e informações a respeito das aves que criamos, além de outros assuntos inerentes ao mundo da Ornitologia, ciência que estuda as nossas amadas aves.



18 de jul. de 2014

ARTIGO: Seleção Canarinho

Artigo submetido à Revista Eletrônica +Q Informação, onde possuo uma coluna de meio ambiente.

Olá amigo leitor, nos meses de junho e julho, vivemos em nosso país uma edição da Copa do Mundo, onde participaram seleções representando todos os continentes. Algumas seleções possuem apelidos, como a azurra da Itália, celeste do Uruguai e a nossa seleção canarinho.

Por que seleção canarinho? É lógico e óbvio que tem referência ao pássaro canário, cujas cores lembram a camisa amarela da seleção brasileira. Mas, todo canário é amarelo? Mas que canário é este? Só existe uma espécie de canário?

Vamos às respostas:

O nome canário usado para designar o pássaro amarelo esverdeado oriundo do Arquipélago das Canárias, que se situa na costa norte atlântica da África e pertence à Espanha. Lá é o território natural da espécie Serinus canarius, cuja sua descoberta fez com que os europeus os levassem para o continente onde acabaram sendo criados pelo seu canto, cor e forma, se espalhando praticamente em todos os países como uma ave doméstica.

Hoje em dia, existem mais de trinta raças envolvendo inúmeras formas de penas e tamanhos, mais de 500 cores diferentes e raças desenvolvidas visando somente o canto, como o hartz roller, timbrado espanhol, malinois belga, cantor americano e cantor russo, por exemplo.

No Brasil, o Serinus canarius chegou à época colonial, em navios com bandeiras de Portugal e da Bélgica, daí nós aqui, conhecermos estes canários respectivamente como canários do reino ou canários belgas.

Mas aí o amigo leitor pode está se perguntando: “e o tal canário da terra?” Sim, realmente existe o canário da terra, pássaro silvestre que habita a América do Sul em países como Brasil, Venezuela, Perú dentre outros. Seu nome científico é Sicalis flaveola, e nem parente dos Serinus eles são. Os canários da terra são mais primos dos curiós, bicudos, azulões e demais pássaros canoros brasileiros.

Ele recebeu o nome canário em virtude de, mesmo sem serem parentes, ambos os canários são semelhantes e ao se chegarem os belgas, os portugueses descobriram que aqui também tinha um canário, mas não era belga ou do reino, mas sim da própria terra, por isto, canário da terra.

Ambas as espécies são reproduzidas em vários países por criadores que selecionam os indivíduos em função de canto, cor ou forma. Entretanto, para a legislação brasileira, somente os canários dos reinos (Serinus canarius) são considerados animais domésticos, como cães e gatos. A criação dos canários da terra (Sicalis flaveola) só pode ser feita com o registro junto ao IBAMA, sendo considerado crime ambiental sua manutenção em cativeiro sem a devida autorização.



Um grande abraço e até a próxima!

12 de jul. de 2014

ARTIGO: O Manon do Japão

Artigo publicado na Revista Pássaros Exóticos, em 2013.

O Manon do Japão (Lonchura domestica), pertencente à Família Estrildidae e Ordem Passeriformes, é uma espécie tipicamente doméstica, não existindo em vida livre (selvagem), sendo sua origem fruto da seleção artificial, a partir de cruzamentos de algumas espécies do gênero Lonchura. Portanto, não é crime ambiental a criação do manon em cativeiro, sendo esta espécie pertencente ao anexo 01 da IN 93/98 do IBAMA, como animal da fauna doméstica, como cães e gatos.

Testes genéticos apontam como principal carga genética nos manons a espécie Lonchura striata (White-rumped mannikin), onde o padrão de desenho melânico desta espécie comparada com o manon negro-marrom confirma tal proximidade filogenética. Há algum tempo, os manons eram classificados como uma subespécie destas munias (Lonchura striata domestica). A origem da formação do manon está no extremo oriente provavelmente China e Japão, em um processo de domesticação que levou séculos, desde aproximadamente o ano de 1700.

O manon é uma espécie extremamente sociável (seu nome em inglês é society finch), sendo um fato comumente observado em criadouros que usam sistema de colônia, diversos manons dormindo na mesma caixinha. Os mesmos não apresentam problemas de agressividade perante as outras espécies. Aqui no meu criadouro, tenho um viveiro experimental, onde tenho todas as espécies domésticas juntas e reparo que os manons são pacíficos, mas não engolem “sapos”, principalmente com espécies de porte semelhante, como os mandarins.

É uma espécie bastante prolífera, se reproduzindo com extrema facilidade. Os pais exercem suas funções com muito esmero, tanto que são utilizados mundo a fora como amas-secas das demais espécies de estrildídeos. Basta visitar qualquer criadouro brasileiro que crie diamantes de gould, bavetes, sparrows e inclusive calafates (obviamente, um ou dois filhotes por casal de ama), que verás sempre os manons sendo babás dessas espécies.

Um fato interessante, é que algumas pessoas já tentaram utilizar o manon como ama-seca de filhotes de pássaros de outras famílias, como os fringilídeos (canários do reino e pintassilgos) e emberizídeos (canários da terra, coleiros e curiós). Sempre escuto relatos de insucesso em tais tentativas. A explicação técnica é o modo como cada uma das famílias ajeitam seus filhotes ao alimentá-los. No meu caso, com experiência em canários do reino, seus filhotes se erguem ao pedirem alimento à mãe, exatamente o oposto dos filhotes de manons que levam a cabeça para o lado e seus pais descem com o alimento até seus bicos. Qualquer relato de sucesso que o amigo leitor tenha ao se usar manons como amas de espécies de outras famílias de pássaros, peço que nos escreva e nos conte seu relato de sucesso.

Como as todas as espécies que criamos, os manons possuem linhagens para concursos e linhagens mais domésticas, com aves fora do padrão de exposição. As aves mais selecionadas não são tão boas criadeiras como os manons de aviários e petshops, apesar de conhecer um famosíssimo criador que desenvolveu uma linha de aves excepcionais tanto para concursos quanto para a criação, sendo inclusive amas de diamantes.

Vamos às características da espécie:

1)      Dimorfismo sexual:
Entre os manons do Japão não existem diferenças visíveis entre os sexos. Os machos vocalizam um canto de baixo volume, porém, acompanhado de um display onde ficam todos eriçados e realizam um tipo de dança. Fora a observação desde comportamento, a identificação dos sexos só poderá ser feita através da sexagem laboratorial ou do uso da genética nos acasalamentos de mutações sexo-ligadas.

2)      Cores e mutações:
Os manons são pássaros que não depositam o lipocromo em suas penas, sendo suas cores formadas somente pela presença e ausência das melaninas (eumelanina e pheomelanina), passando pelo gradiente de oxidação das mesmas (negro-marrom à moka à canela) e a perda da pheomelanina (negro-marrom à negro-cinza).
            
Tendo como a cor original (se assim posso dizer) o negro-marrom, existem aproximadamente nove mutações de manons, a seguir: moka, canela, cinza, pastel, fulvo, albino, arlequim/branco, pérola e o topete. As cores são formadas pelas combinações destas mutações. Na Tabela 01 encontram-se a genética das mutações existentes para o manon.

Tabela 01               Genética das mutações em Lonchura domestica.
Cor
Genética
Negro-marrom
Dominante
Moka
Autossômico recessivo para o Negro e dominante para o canela.
Canela
Autossômico recessivo
Fator Cinza
Autossômico recessivo
Arlequim
Dominância parcial
Branco
Dominância parcial à seleção do arlequim
Albino
Autossômico recessivo
Pastel
Autossômico recessivo
Fulvo
Sexo-ligado
Pérola
Sexo-ligado
Topete
Dominante

Existem mutações que são letais, e a mutação topete é uma dessas, segundo a literatura de criação de pássaros em cativeiro. Tal característica significa que quando um filhote vem a ter o gene letal em homozigose, isto é, oriundo do pai e da mãe, o mesmo vem a falecer ainda no período embrionário. De todos os testes que fiz em relação a estes fatores ditos letais, o único que observei embriões mortos foi quando acasalei dois manons topetudos entre si.

A Ordem Brasileira de Juízes de Ornitologia (OBJO) definiu 20 classes de concurso para o manon do Japão, a seguir:


EX30101 Negro-marrom
EX30102 Moka
EX30103 Canela
EX30104 Negro-cinza
EX30105 Moka-cinza
EX30106 Canela-cinza
EX30107 Negro-marrom Pastel
EX30108 Moka Pastel
EX30109 Canela Pastel
EX30110 Negro-cinza Pastel
EX30111 Mok-cinza Pastel
EX30112 Canela-cinza Pastel
EX30113 Fulvo
EX30114 Fulvo-cinza
EX30115 Branco
EX30116 Albino
EX30117 Arlequim (Negro/Moka/Tricolor)
EX30118 Arlequim Canela
EX30119 Topete e Franja
EX30120 Outras mutações já definidas


3)      Alimentação:
Os manons são pássaros granívoros, logo, se alimentam de grãos. A mistura para os manons deverá ser a mesma para as demais espécies de estrildídios, como diamantes de gould e mandarins, isto é, alpiste e milho alvo, eu utilizo na proporção de uma parte de alpiste para duas de milho alvo. Deverá ser servido aos pássaros porções de farinhada ou papa de ovo, principalmente no período de reprodução, quando houver filhotes. Os meus manons também comem jiló, maçã e agrião.

4)      Reprodução:
É uma espécie bastante prolífera e precoce, mas devemos ter o cuidado de não reproduzi-los com idade inferior a um ano. Criam bem em gaiolas criadeiras para canários, do tipo argentina, mas já existem no mercado criadeiras típicas para pássaros exóticos. Utilizam ninho do tipo caixinha ou mesmo ninho de canário do reino (eu mesmo só utilizo ninhos taça), com postura de até seis ovos e com 13 a 15 dias de incubação. Aos trinta dias os filhotes já poderão ser direcionados às voadeiras. Se deixar, os manons criam o ano inteiro, mas recomenda-se a criação no período de março a dezembro, com no máximo três posturas por casal.

Já tive um caso em meu criadouro em que após uma noite de temporal violento, uma das minhas fêmeas desapareceu da gaiola de cria, deixando macho e cinco ovos para trás. Resultado, o macho deu conta do choco e criou todos os filhotes (brancos e arlequins, com e sem topete) sozinho.

No meu viveiro experimental, os manons ao invés de utilizarem os ninhos taça dos canários ou as caixinhas, preferiram pegar o material que ofereci para a arte final de “decoração” dos ninhos já ofertados e decidiram confeccionar os seus próprios ninhos com palha de milho e capim. Os ninhos foram feitos no chão do viveiro, um em cada canto. Alguns foram feitos em forma de taça outros em forma de cesto fechado. Vamos aguardar os resultados.

Recomendo a todos a visitarem criadores e ao Campeonato Brasileiro de Ornitologia 1ª Etapa, onde estarão expostos os melhores manons do Japão criados no Brasil.

Um grande abraço e até a próxima!!!
Rodrigo Guerra
Biólogo & Criador de Aves Domésticas

6 de jul. de 2014

Viveiro 01 - RGC Pássaros - 4º Filme

Viveiro 01 - RGC Pássaros - 3º Filme

Viveiro 01 - RGC Pássaros - 2º Filme

Viveiro 01 - RGC Pássaros - 1º Filme

Segue mais peixes.














Mais uma postagem de nossos peixes

Nossos aquários de ciclídeos americanos e kinguios (minha paixão).








Amo aquários e ainda penso em fazer um laguinho no quintal. Os meus preferidos são os criados em cativeiro há mais tempo, como os Kinguios (japonês), Guppies e Betta Splenders.

Pois já não tem estresse sobre as populações nativas e já existem muitas mutações.

Algumas fotografias do nosso viveiro experimental

Mais algumas fotos das nossas aves em nosso viveiro:



Diário da Criação 07/14

Olá amigos!

Pensando em aumentar a biodiversidade do nosso viveiro experimental e arrumar "gente" para o nicho sementes soltas pelo chão e artrópodes invasores, o RGC-Pássaros adquiriu alguns exemplares de codornas japonesas (Coturnix coturnix) para habitarem o piso do nosso viveiro.

Temos exemplares nas cores normais (padrão ancentral) e canela.








As fotos foram tiradas enquanto das codornas ficaram 15 dias em gaiola sendo tratadas com complexo vitamínico, sulfa e uma ração reforçada.

Neste momento elas já estão soltas no viveiro.